Ajuda a Ana Gaivão Cordovil a lutar pela liberdade dos seus filhos.
Caso dos menores portugueses sequestrados
Mais de mil cidadãos pedem intervenção do Presidente da República e do Governo em Carta Aberta hoje entregue
Foi hoje entregue ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro e ao Ministro dos Negócios Estrangeiros uma Carta Aberta assinada por mais de um milhar de pessoas apelando às autoridades portuguesas para uma intervenção mais efetiva na proteção dos direitos humanos dos dois meninos Rafael e Felipe, sequestrados pelo seu pai, Fernando Menéndez Zeppilli, a 24 de julho de 2024, quando, sem autorização e com o total desconhecimento da sua mãe Ana Gaivão Cordovil, os levou de Madrid para Lima (Peru).
Os familiares de Ana Gaivão Cordovil, João Cordovil (pai de Ana) e Manuel Gaivão Cordovil (irmão de Ana) aproveitaram a entrega da Carta Aberta para solicitar audiências ao Senhor Presidente da República, ao Senhor Primeiro-Ministro e ao Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros. Igual pedido já fora reiteradamente feito ao Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, sem ter obtido qualquer resposta.
Na Presidência da República foram recebidos por Maria João Ruela, Consultora para os Assuntos Sociais e Comunidades, e por Paulo Barcelos, Consultor para as Relações Internacionais. Durante aproximadamente uma hora os familiares tiveram ocasião de prestar diversos esclarecimentos complementares à documentação entregue.
No gabinete do Primeiro-Ministro, foram recebidos por Gonçalo Marques, Chefe de Gabinete Adjunto, e por Carolina Sousa, Assessora na área das Relações Internacionais.
Porém, no Ministério dos Negócios Estrangeiros não foi possível estabelecer qualquer contacto com o gabinete do senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, apesar de este estar informado, desde dia 4 de setembro, de que se iria proceder, hoje, à entrega da Carta Aberta. Os familiares de Ana Gaivão Cordovil foram encaminhados, sem mais, para a receção de expediente.
Entre os subscritores da Carta figuram personalidades de grande notoriedade pública devido a funções exercidas como titulares de cargos públicos, ou em organizações da sociedade civil.
Mencionamos alguns exemplos: João Bosco Mota Amaral, Eduardo Ferro Rodrigues, Augusto Santos Silva (ex-Presidentes da Assembleia da Republica); Ana Benavente, António Serrano, Fernando Gomes da Silva, Miguel Cadilhe, João Ferrão, João Paulo Lopes Catarino, José António Vieira da Silva e José Reis (antigos ministros ou secretários de estado); Ana Gomes (embaixadora de Portugal em Jacarta/Indonésia 1999-2003, ex-deputada no Parlamento Europeu); Eugénio da Fonseca (ex-presidente da Cáritas); os Padres António Ary (jesuíta, Secretário do Provincial em Portugal), Lino Silva Maia (pároco de Aldoar/Porto, presidente da CNIS), João de Figueiredo Rodrigues
(pároco de Pinho, Viseu), José Manuel Pereira de Almeida (pároco de Santa Isabel, Lisboa); profissionais destacados em diversas áreas, como Alberto de Castro, Alberto de Melo, Alice Vieira, Américo M Carvalho Mendes, Ana Nunes de Almeida, António Borga, António Cardoso Ferreira, Artur Correia Cristóvão, Bruno Esgalhado, Daniel Souza Azevedo de Mattos, Francisco Louçã, Francisco Sena Santos, Graça Rojão, Gualter Furtado, José Augusto Ramos Rocha, Manuel Branco Mendes, Manuela Júdice, Nelson Santos Dias, Nuno Silva Miguel, Paula Moura Pinheiro, Paula Nobre de Deus, Santiago Macias, Teresa Mateus Pratas Jorge.
“Apesar da Corte Superior de Lima ter revertido uma anterior decisão de um tribunal de primeira instância e determinado uma medida cautelar de entrega dos meus dois netos à guarda exclusiva da minha filha, sabemos que esta decisão não é definitiva e, por outro lado, continuamos a temer pela segurança dela e dos seus filhos”, afirmou João Cordovil no ato de entrega da Carta Aberta ao Presidente da República.
De acordo com o texto da Carta Aberta, “para recuperar os filhos, Ana suspendeu a sua atividade profissional e deslocou-se para Lima, onde se mantém desde 27 de julho 2024, sujeita a provações de vária natureza impostas pelo seu marido e pelos familiares deste, quer pela longa privação do acesso aos filhos, quer ainda pela imposição de condições humilhantes no decurso das poucas visitas que lhe foram proporcionadas”.
Situação que só foi alterada, no que toca ao contacto com os filhos, a partir do dia 31 de julho, quando o pai das crianças acatou, após várias tentativas de protelamento, a decisão do tribunal de o obrigar a entregar os meninos Rafael e Felipe aos cuidados de Ana.
“Ao longo de todo este período – prossegue a Carta Aberta –, a Ana tem sido alvo de uma campanha difamatória em diversos órgãos de comunicação social do Peru, suportada em recursos financeiros avultados, visando a sua reputação e idoneidade. Tem também sido alvo de agressões constantes e preocupantes em redes sociais pela família do pai dos seus filhos. Existem fundados receios sobre a segurança pessoal da Ana enquanto estiver em Lima”.
O processo que está em causa é de natureza criminal, envolvendo o sequestro internacional de menores e não apenas um simples caso de separação de um casal. O processo, pela sua violência, tem captado a atenção dos media peruanos e nacionais.
Em Portugal, a SIC e o Expresso publicaram em 2025 noticias e reportagens, das quais se indicam em seguida os respetivos links:
Publicações da SIC
Publicações do Expresso
“Todo este processo evidencia a fragilidade da legislação europeia que permite a um dos progenitores viajar com os seus filhos menores para fora da Europa sem o necessário conhecimento e consentimento expresso do outro progenitor”, lê-se na Carta Aberta hoje entregue. Por isso, os seus assinantes apelam “a que no âmbito da suas capacidades e poder de influência, tanto o Presidente como o Governo da República Portuguesa tomem urgente iniciativa para alterar tal estado de coisas, a bem de todos os menores que possam vir a ser envolvidos em situações semelhantes à de Rafael e Felipe”.
A Carta Aberta termina afirmando: “Os danos já infligidos às crianças não poderão ser reparados, mas é agora premente que seja assegurada a sua segurança e plena liberdade, com garantia de regresso, tão breve quanto possível, à Europa onde eram residentes à data do sequestro.”
Até à data da elaboração deste comunicado não era conhecida qualquer reação por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, da Presidência do Conselho de Ministros ou do Presidente da República.
Existe, entre os familiares de Ana, a natural expetativa de que sejam em breve recebidos em audiência.
Os familiares de Ana,
Isabel Gaivão João Cordovil
Maria Gaivão Cordovil
Manuel Gaivão Cordovil
Lisboa, 8 de setembro de 2025
Ayuden a Mis Hijos
O meu nome é Ana Gaivão, sou portuguesa e estou há mais de 6 meses em Lima a lutar desesperadamente para recuperar os meus bebés. A 24 de julho de 2024, sem aviso prévio e como vingança pela minha intenção de me divorciar, o meu marido, Fernando José Menendez Zeppilli, levou abruptamente os nossos dois filhos de Espanha para o Peru.
Os meus filhos tinham 4 e 2 anos; o mais novo era bebé e nunca tinha dormido separado de mim nem uma noite desde que nasceu. Até hoje, os meus filhos continuam separados de mim, num ambiente desconhecido, sem o amor e os cuidados da mãe que os criou desde que nasceram. Sempre que os vejo, os meninos me dizem que querem ficar comigo, que querem ir morar na minha casa, que por favor eu incomode o pai deles para que possam ir embora, porque ele não os ouve, que reze a Jesus para tirá-los de lá.
Tive que deixar o meu emprego em Espanha para vir desesperadamente para Lima recuperar os meus filhos. Não conheço juízes, procuradores, polícias nem peritos, não tenho família nem amigos influentes, não estudei nas melhores escolas e universidades de Lima como o meu marido. Além dos meus filhos, o meu marido levou a maior parte das nossas poupanças para que eu não pudesse defender os nossos filhos. Sou uma mãe estrangeira presa em Lima, presa fácil para a advogada do pai dos meus filhos, cuja reputação todos conhecem, pois foi suspensa por um ano pelo Tribunal de Honra do CAL por sua conduta antiética. Este relato é o meu esforço de mãe desesperada para contar a nossa história ao mundo, pois já não tenho nada a perder.
Meus filhos, esta é a vossa história. Uma história que será contada em números – infinitos como o meu amor por vocês.
Publicado hoy en – El Chico de las Noticias – ¡Ayúdanos a Difundir!
— Ayuden a Mis Hijos (@AyudenAMisHijos) July 15, 2025
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Hace casi un año, Rafael y Felipe fueron sustraídos por su padre, Fernando Menendez Zeppilli, de su casa en España. El 9 de julio el padre no se presentó a… pic.twitter.com/9rqnnoBJu4